O que pode melhorar
Victor Lindelof |
O Benfica tem vindo a apostar em jovens promessas do futebol internacional, normalmente jogadores com potencial mas com valores de mercado muito diferenciados entre si.
A aposta consiste na valorização do futebolista retirando rendimento desportivo durante uma ou duas épocas, transferindo-o depois para os mercados mais endinheirados.
Pode-se dividir essas apostas em dois grupos: aqueles que implicam um investimento já substancial, em menor número; e outros onde o investimento é menor, estes já em grande quantidade.
No primeiro grupo encontramos jogadores como Di Maria, Gaitan ou Ramires; no segundo grupo temos os exemplos de Pawel Dawidowicz, Victor Lindelof ou John Murillo.
No segundo grupo o maior problema encontra-se na gestão da quantidade já que temos tido dezenas de jogadores cujo investimento ronda um/dois milhões de euros, totalizando uma quantia surpreendente quando se começa a fazer as contas de somar. Para contrabalançar, dessa quantidade surge um ou outro caso de qualidade que tem permitido "grandes negócios” para compensar os outros investimentos falhados.
Importa neste tipo de investimentos apertar cada vez mais a malha, na escolha dos jogadores.
Nico Gaitan |
Com estes jogadores importa muito o trabalho da estrutura na sua adaptação. É importante dar tempo ao tempo para que o atleta se integre e “trabalhar” os adeptos para que sejam pacientes de forma a não colocarem pressão extra em cima do jogador.
Por fim refiro-me a um outro tipo de aposta que tem sido feita nos últimos anos: jogadores muito jovens que implicam um investimento já considerável mas não apresentam ainda capacidades para fazer parte das opções regulares do treinador. Refiro-me a jogadores como Bryan Cristante, Luka Jovic ou Chris Willock.
Bryan Cristante |
Colocar estes jogadores a jogar com “motivação” na equipa B, até que se abra a porta da equipa A, é o grande objectivo a atingir. É preciso trabalhar muito a mentalidade destes jogadores para que se “sujeitem” a jogar em estádios muito mauzinhos, com meia dúzia de espectadores, fazendo-lhes ver que só assim chegarão ao topo.
Em jeito de conclusão; um critério mais apertado na selecção, um trabalho de integração e adaptação cada vez mais meticuloso e paciente, e uma gestão das expectativas do jogador clara e realista, parece-me ser a fórmula de sucesso.
Se nas duas primeiras penso que o Benfica se encontra os tais dez anos à frente da concorrência, já quanto à gestão das expectativas parece-me que há ainda espaço para melhorar.