Ferro consumou a reviravolta |
Foram várias as mudanças promovidas Bruno Lage procedendo a cinco alterações relativamente ao jogo da última segunda-feira. Grimaldo foi poupado entrando Yuri Ribeiro para o seu lugar, Fejsa regressou após dois meses de paragem e Gabriel regressou após cumprir castigo. Zivkovic entrou para a esquerda do meio campo e Jota estreou-se a titular na equipa principal acompanhando Rafa na frente de ataque.
Suplentes: Svilar, Grimaldo (45'), Samaris, Gedson (119'), João Félix (62'), Cervi e Jonas (45') |
Uma grande soneca
A forma como o Benfica encarou este jogo, com Rafa e Jota na frente de ataque exigia da equipa uma dinâmica bem acima do que apresentou. A falta de presença na área de ambos os jogadores torna inócuo o jogo pelas alas já que a maioria dos cruzamentos estaria destinada ao fracasso. Exigia-se portanto muita movimentação com e sem bola do meio campo para a frente de forma a criar os espaços necessários para o jogo interior combinativo funcionar.
Foi o oposto do espectável que se viu durante boa parte do primeiro tempo com um jogo muito lento e mastigado por parte do Benfica facilitando a vida a uma equipa croata muito bem organizada. Apenas a meio da primeira parte o Benfica tem um remate à baliza por parte de Zivkovic, que passou muito por cima da barra. Apesar de tudo este lance teve o condão de acordar um pouco a equipa.
Jonas levou a equipa para prolongamento |
Mais perto do real valor
Bruno Lage colocou Grimaldo e Jonas em campo logo após o intervalo, num sinal de que o jogo era mesmo para ganhar. A presença de Jonas dá outra dimensão ao Benfica, principalmente o jogo entre linhas e os apoios frontais que permitem à equipa jogar mais em cima do adversário. Já Grimaldo, mesmo abaixo do rendimento habitual está numa galáxia diferente de Yuri Ribeiro.
Com um onze já mais próximo do habitual o Benfica foi mais igual a si próprio e começou-se a sentir que o golo que igualava a eliminatória estava próximo. E surgiu por intermédio do inevitável Jonas que remata forte e colocado após assistência de Pizzi de cabeça. O golo galvanizou ainda mais o Benfica na procura do segundo golo que evitasse o prolongamento.
Grimaldo fez mais um golão |
Muito poder de fogo
O golo no prolongamento chegou relativamente cedo através de uma bomba de Ferro que fez o seu terceiro golo pelo Benfica, e que golo! Os croatas tentaram reagir mas viram um dos seus jogadores ser expulso por acumulação de amarelos o que lhes limitou a capacidade de resposta. Quase de seguida a eliminatória fica fechada com mais um monumental golo de Grimaldo numa execução que já começa a ser imagem de marca.
Até final o Benfica controlou o jogo com bola e foi dispondo de várias oportunidades aproveitando os espaços que o Zagreb ia dando na sua defensiva. A mais clara é mais um forte remate de Rafa que vê o guarda-redes negar-lhe o mais do que merecido golo. O Dínamo ainda esteve perto de reduzir e colocar alguma tensão no jogo, mas felizmente a bola saiu ligeiramente ao lado do poste.
Está consumada a passagem do Benfica aos quartos-de-final da competição, de forma suada, mas merecida. Já no domingo temos a deslocação a Moreira de Cónegos onde só os três pontos interessam. Vamos a isso!
Momento | Positivo | Negativo
Golo de Jonas: Pela importância, já que levou o jogo para prolongamento, e pela execução. Aquele ligeiro recuar para se enquadrar com a bola é de predestinado. A colocação do remate de primeira é de pistoleiro. | |
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Rafa: Fantástico o ritmo que impôs sempre que a bola lhe chegava aos pés criando sempre instabilidade na defensiva croata. Quando a definição está ao nível da dinâmica é imparável. | |
Primeira meia hora: Mesmo com as alterações apresentadas exigia-se mais por parte da equipa. Até porque na hipótese de fazer o resultado cedo seria mais fácil fazer a gestão do jogo e do esforço. |
Aqui que ninguém nos ouve:
- Difícil a vida de treinador. Se poupa, não devia poupar. Se mete a carne toda no assador, devia poupar. Se se fica pelo meio-termo, devia ter apostado tudo para evitar o prolongamento. Só há uma solução para os treinadores: GANHAR!
- O prolongamento foi mau, mas não foi o pior que podia ter acontecido. O pior era ter prolongado a exibição sonolenta da primeira parte e ir para o próximo jogo com a moral em baixo. Assim poderá haver desgaste físico mas mentalmente a equipa sai reforçada. E quão necessitada desse reforço estava a equipa.
- E os golos do Ferro e do Grimaldo!? Há melhor vitamina para um jogador do que aquelas duas pastilhas?
- Agora venha um bom sorteio. Ainda estão grandes equipas em prova, mas pelo menos há um certo mete nojo que já foi de vela: Sevilha :))
Abraço