João Félix esteve imparável |
Bruno Lage promoveu várias alterações para esta partida, umas por gestão de esforço e outras pelas características do adversário. Na defesa Corchia rendeu André Almeida e Jardel jogou no lugar que tem sido de Ferro. No meio campo foram várias as alterações, com Fejsa e Samaris a darem mais músculo no miolo e Rafa e Cervi a serem as opções para as alas. Na frente surpreendeu a aposta em Gedson para acompanhar João Félix, juntando-se a Fejsa e Samaris no momento defensivo.
Suplentes: Svilar, Yuri, Florentino, Pizzi (66'), Zivkovic (84'), Jota e Seferovic (60') |
De menos a mais
Começo de partida atribulado com Jovic a ser protagonista ao fazer fala sobre Rafa que lhe valeu amarelo (ai se o critério tivesse sido este em Alvalade), e logo de seguida a desaproveitar um deslize de Jardel que o deixou isolado. A pressão alta dos alemães ia funcionado, com o Benfica a demonstrar muita dificuldade na primeira fase de construção. Com o passar dos minutos os jogadores do Benfica foram ganhando confiança e começaram a encontrar os espaços para a saída de bola com critério.
Foi importante o papel de Samaris nesta fase do jogo, contagiando os seus colegas com a necessária dose de confiança. Foi o próprio Samaris a iniciar o lance do primeiro golo ao desenvencilhar-se de dois adversários, acabando a bola por chegar a João Félix que viu o que só ele consegue ver e isolou Gedson que acabou travado em falta. O próprio João Félix encarregou-se de converter a grande penalidade e colocar o Benfica em vantagem.
Samaris encheu o campo |
Ainda antes do intervalo Cervi teve por duas vezes o golo no seu pé esquerdo, primeiro a corresponder a cruzamento atrasado de Corchia com um forte remate que o guarda-redes defendeu, e depois a rematar forte rente à barra. Os alemães também tentaram melhorar o resultado antes do intervalo e chegaram mesmo a introduzir a bola na baliza de Odysseas, só que um fora-de-jogo posicional invalidou o lance.
De mais a menos
O Benfica recomeçou a segunda parte da mesma forma que terminou a primeira na procura de ampliar a vantagem que desse outro conforto para a segunda mão. Num primeiro lance Rafa atira ao poste mas o lance já estava invalidado por fora-de-jogo. Quase de seguida um canto batido por Grimaldo é desviado ao primeiro poste por João Félix e concluído de cabeça por Rúben Dias.
Os jogadores do Benfica não levantaram o pé e numa excelente jogada pelo flanco esquerdo Grimaldo cruza atrasado para o terceiro golo de João Félix e quarto do Benfica. Com o quarto golo o jogo entra finalmente numa fase mais pausada com o Benfica a parecer satisfeito com o resultado. Foi já numa fase em que convidava o adversário a subir linhas, que João Félix coloca Seferovic frente ao guarda-redes adversário, com este a levar a melhor e a desviar para canto o remate do suíço.
Rúben Dias marcou o terceiro da partida |
Boa vitória, perante um adversário muito forte. As circunstâncias do jogo deixam um certo amargo de boca já que a partir de certo momento se sentiu que a eliminatória poderia ter ficado sentenciada. Assim não aconteceu e há que preparar a deslocação à Alemanha com todos os cuidados. Antes disso segue-se mais uma final para a Liga NOS frente ao Setúbal e é para aí que deve estar desviado o foco.
Momento | Positivo | Negativo
Passe de João Félix: O passe que provocou a expulsão de um adversário e permitiu o primeiro golo do Benfica, só existe na cabeça daqueles jogadores que veem o que mais ninguém vê, na cabeça dos predestinados. | |
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Samaris: O grego foi o dono do jogo. A forma como começou a pegar na bola e a encarar os adversários olhos nos olhos arrastou a equipa para uma exibição muito conseguida. Já merecia um jogo assim, à patrão. | |
Golos sofridos: Nestas eliminatórias onde o equilíbrio entre as equipas prevalece, é fundamental manter a baliza a zeros. Dois erros individuais evitáveis originaram dois amargos de boca bem dispensáveis. |
Aqui que ninguém nos ouve:
- Bruno Lage arriscou muitas alterações na equipa do Benfica, mas conseguiu compensar alguma falta de entrosamento com a experiência e a capacidade de luta de algumas das novidades. Também se notou que algumas das alterações foram em função de características do adversário, o que só abona em seu favor.
- As circunstâncias do jogo colocaram o Benfica muito perto de resolver a eliminatória na primeira mão à entrada dos últimos 30 minutos da partida. É sempre difícil conseguir manter os pés bem assentes no chão quando se consegue uma margem mais alargada. Pena que a equipa não tenha conseguido ser mais pragmática.
- Tenho que voltar ao assunto. Este passe do João Félix para o Gedson só pode sair da cabeça de um génio. Por muitos cogumelos mágicos que possa comer, o comum dos mortais não consegue inspiração para tirar um coelho daqueles da cartola.
- Este Pedro Henriques que comentou o jogo tem um conjunto de tiradas engraçadas: "É falta clara sobre o Rafa, o árbitro manda seguir o jogo, tem que se aceitar", "Até acho que o Cervi é tocado, mas parece que já tinha escorregado antes, aceita-se a decisão", "O árbitro começou a marcar as faltinhas todas para os dois lados". Para o lado do Benfica? Vai-te encher de moscas, Pedro. E já agora leva o árbitro contigo.
Abraço