Reprodução da rubrica "News Benfica" publicada no Site Oficial
"Segundo veio a público, a Câmara Municipal de Matosinhos prepara-se para ceder um terreno para o futuro centro de estágio do FC Porto num processo que contou com a intervenção do novo presidente do Conselho Superior do FC Porto e atual presidente da CM do Porto, Rui Moreira.
Para quem tanto falava dos convites para o camarote da Luz, o que dizer agora do desfile de políticos presentes nos novos órgãos sociais do FC Porto, e mais grave, com direta ou indireta intervenção em decisões de gestão pública que começam logo com notícias de negociações e compromissos para supostas ofertas de terrenos.
Estas ajudas surgem precisamente quando este clube está sob intervenção da UEFA, falhou e adiou os seus compromissos obrigacionistas e está numa situação de falência, com o mistério acrescido de não se perceber porque os milhões e milhões feitos em vendas não se refletem nem nos resultados financeiros, nem no património edificado.
E foi neste contexto de denúncia da situação que assistimos ao caricato de uma notícia do jornal "Público" surgir a levantar suspeitas sobre contratos, envolvendo o Sport Lisboa e Benfica, pela simples razão de existirem neles cláusulas de recompra e "antirrivais", que são uma prática generalizada, quer a nível nacional, quer internacional, e estando de acordo com a legislação que gere este tipo de relações comerciais.
Mas a notícia encomendada tinha também uma outra motivação, em vésperas de Assembleia Geral da Liga, que era contribuir para denegrir a imagem de Luís Duque, pela simples razão de o seu nome surgir como uma eventual hipótese para sucessor de Pedro Proença.
O timing e a falta de rigor das "fake news" do "Público" pode ter agradado a quem as encomendou, mas pouco prestigiou um jornalismo que se exige sério, isento, rigoroso e sobretudo livre das amizades políticas com assento nos órgãos sociais de clubes.
Lendo a notícia, rapidamente todos nós percebemos quem esteve na sua origem e o mais caricato foi assistir a relatos de especialistas em direito desportivo descritos como fontes anónimas, omitindo-se que são contratos com cláusulas recorrentes neste tipo de atividade e inventando-se situações de submissão e contratos secretos, num dos melhores exemplos de ficção transformada em jornalismo de investigação.
Assim se perde a credibilidade dos projetos, o que, infelizmente, explica muito sobre a perda de leitores.
Abraço